Textos


Ciclos LXIV
 
E se romper o véu do meu olhar sem vida,
a carne retornar à terra-mãe, origem,
e tudo virar pó, não mais que pó, fuligem,
minh'alma  seguirá o seu destino  e lida.
 
Lamentará alguém a minha despedida,
sentindo, dentro em si, fraquezas e vertigem?
Um pantanal de dor, coberto por caligem,
na solidão maior, tristeza desmedida?
 
Decerto seguirá, o seu caminho, alheia,
liberta da matéria e sua densa teia,
essência de quem fui e base do devir.
 
Renascerei, então, do ventre do infinito,
e cumprirei, da vida, o seu infindo rito:
o eterno vir a ser, viver, morrer, partir.
 
Brasília, 27 de Setembro de 2013.
Livro: CICLOS, pg. 88
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/09/2013
Alterado em 12/09/2020
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