Textos


Angústia (2)
 
Espreito a minha vida pelo avesso
tentando ver o lado meu negado
(aquele que restou abandonado),
que não vivi, porém, jamais me esqueço.
 
Reflito e penso. E muito me aborreço
por tudo que deixei, enfim,  de lado,
no fundo dos porões de meu passado,
por tudo o que perdi, desde o começo.
 
E nessa busca, encontro os meus vazios,
à beira dos atalhos, dos desvios,
que palmilhei, buscando a própria vida.
 
E, ao vê-los, me pergunto, sem resposta:
será que me perdi da outra - a oposta -
ou ela que ficou de mim perdida?
 
Brasília, 12 de Agosto de 2012.
Sonetos Diversos, pg. 90
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/08/2012
Alterado em 21/08/2020
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