Lira
Edir Pina de Barros
Engendra os versos seus na imensa solitude,
do modo que sonhou, do jeito que sentia,
a relevar a dor, tristeza ou nostalgia,
buscando, assim, o belo em toda latitude.
Embala o sonho em Flor no colo da inquietude,
- em rito sacrossanto, em pura epifania -
e o lança no infinito em forma de poesia,
que se dispersa ao léu, em sua plenitude.
E tange a lira mais sensível do parnaso,
a dedilhar, no peito, as cordas da emoção
que vibram ao nascer de cada rima, verso.
E, do poeta, a alma, em voo livre e raso,
atinge o etéreo céu - o seu concreto chão -
e extrai o belo, enfim, do ventre do universo.
Brasília, 16 de Fevereiro de 2012.
ESTILHAÇOS, p. 90
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 16/02/2012
Alterado em 17/10/2020