Textos


A MORTE DE UM AMOR
Sérgio Marcio Carbalho (sergiomarcio)

Este meu coração, pobre coitado
De descontente bate, depois para
Como se fosse o dia em noite clara
Em um louco arrebol desatinado

No golpe deste amor tão desmedido
Que ainda bate plácido cadente
No triste peito, o gládio, de um demente
Deixa em minh'alma um sonho destruído

E ante teu desprezo em desvario
Singrei a negra água deste rio
Como se fosse o mar da minha dor

E a paz, que em mim tornou-se tão feroz
Fez o meu grito, louco, tão atroz
E sepultou em mim um grande amor.



DESDÉM E CULPA
Edir Pina de Barros

O meu amor morreu. Está desfeito.
Jamais suportaria o teu desdém,
que nunca deste, não, a outro alguém,
tornando o nosso mundo frio e estreito.
 
A causa do desdém? Eu nem suspeito!
Saber, eu não desejo, não convém,
porque pensar em ti não me faz bem,
pois não suporto nem lembrar teu jeito.
 
O golpe já foi dado! Rude e forte!
Ninguém consegue, não, conter o efeito,
ou pode reviver o amor primevo.
 
Somente a paz comigo agora eu levo,
enquanto tu cultivas dentro o peito
a amarga culpa dessa triste morte.

Brasília, 22 de Agosto de 2011.
Seivas d'alma, pg. 82
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 22/08/2011
Alterado em 17/08/2020
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