Insânia
Vasculho o quarto, todas as gavetas,
os cantos todos, bolsos e retratos,
e perco o tino, esqueço os meus recatos
e leio os teus diários, cadernetas.
Reviro, sim, os íntimos recantos,
com lágrimas rolando no meu rosto,
mas nada encontro, como eu hei suposto,
que possa amenizar esses meus prantos.
E continuo a minha busca insana,
por trás dos véus, cortinas, persiana,
pois sei que existe alguém na tua vida.
E nessa busca louca e desmedida,
de ti me afasto e fico mais perdida,
enquanto a outra impera soberana.
Cuiabá, 27 de Junho de 2011.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 47
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/06/2011
Alterado em 19/08/2020