Textos


Penélope
 

Os fios do meu ser eu mesma cardo e urdo,
com fortes laços sigo e o meu viver eu teço...
Refaço, sem cessar, do fim até o começo,
com tanta obstinação, de um modo até absurdo.
 
Mas não me importo, não, se enlaço ou se desurdo,
prossigo o meu urdir, e nunca me aborreço,
se necessário for desfaço desde o avesso
neste fazer sem fim de meu destino surdo.
 
E tramo sem cessar a minha tessitura,
labuto à luz do sol, no breu da noite escura,
sem nunca descansar avanço passo a passo.
 
Coloco em meu tecer as sedas da poesia,
um pouco de ilusão, que ao sonho se associa,
mas se preciso for teço com fios de aço!

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 05/08/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários