Textos


Fênix

 

 

Sou a erva daninha que se enflora

nas gretas dos rochedos, do cimento,

pois ruminei a dor, em desalento,

bebi o próprio pranto vida afora.

 

Tornei-me, assim, aquela que se arvora

a ressurgir nas frinchas do tormento...

Nos vãos das rochas, guardo e sedimento

as forças que detenho em mim agora.

 

Eu me encontrei, depois de tanta luta,

de mágoa em mágoa, que o viver abruta,

a carregar no peito apenas pedra.

 

Se alguém me pisa, humilha ou mesmo esmaga,

renasço bem mais forte do que a praga

que surge e viça onde o nada medra.

 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/08/2025
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