Textos


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A ti, silêncio, sei que tudo devo,
na plena solitude em que mergulho,
neste brumoso e frio mês de julho,
carente de esperança, algum enlevo.

 

Sonhar sequer invento, nem me atrevo
em meio a tantas perdas, tanto esbulho,
e lágrimas de dor que, só, debulho
neste viver sem vida e sem relevo.

 

Nem sei o que seria da poetisa
sem essa solidão, que se enraíza
nos ermos mais secretos da poesia.

 

A ti, senhor das noites quietas, longas,
oferto sem recatos, sem delongas,
os versos que essa paz me propicia.

 

Edir Pina de Barros

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/07/2025
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