Textos


Alquimista

 

Já nem me rola a lágrima no rosto,
pois me perdi em meio às perdas tantas,
porém eu canto, enquanto tu não cantas,
nem sentes o que eu sinto, por suposto.

 

Tu tens o pranto como pressuposto
precipitado líquido que plantas
no chão das mágoas, entre véus e mantas,
a revelar ao mundo o teu desgosto.

 

Transmuto as minhas lágrimas em versos
translúcidos, em tempos controversos,
e a minha dor, assim, externo, exponho.

 

E mais do que chorar eu me espedaço
e me refaço aos poucos, passo a passo,
nos vãos que existem entre a morte e o sonho. 

 

Edir Pina de Barros

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 10/07/2025
Alterado em 10/07/2025
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