Textos


ALMA SEM ALBA

 

Renascerá o sol na aurora em que se engasta,

a iluminar o breu das brenhas da saudade,

que sem licença vem e logo nos invade,

na solidão sem fim do ser iconoclasta.

 

Se consolar assim deseja alguém, não basta

tal intenção, pois quem está cego não há de

ver numa aurora a redenção que, enfim, da grade

de densas trevas o liberte, eis que nefasta.

 

O amanhecer virá e a noite vem também,

toda existência traz consigo a mesma trama,

mesmo que não repare o oculto sobrevém.

 

A alma sem alba vive em sombras e não ama,

mas a fulgente esbanja amor, se sente bem,

e assim se torna lume intenso, eterna chama.

 

 

Edir Pina de Barros (primeiro quarteto)

Glauco Mattoso (segundo quarteto)

Janete Sales (primeiro terceto)

Paulino Lima (segundo terceto)

 

Academia Brasileira de Sonetistas (Abrasso)

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado), Glauco Mattoso e Janete Sales e Paulino Lima
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 07/07/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários