Textos


Expropriação

 

Tudo ficou silente, o espaço imenso,

fotografias, quadros, móveis... Tudo

eu examino aos poucos, à miúdo,

depois, tristonha, nada digo ou penso.

 

Todo passado vívido condenso

na lágrima que rola sem, contudo,

livrar-me do vazio e me desnudo

do véu do tempo, tão pesado e denso.

 

Os risos de alegria, os sons de festa

e do violão sonoro ...  Nada resta,

nada que me conforte, ou me compraza.

 

A morte deixou marcas pelo espaço,

apenas a saudade infinda abraço:

o lar perdeu sentido.  Agora é casa.

 

Edir Pina de Barros

 

 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/06/2025
Alterado em 01/07/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários