Tudo ficou silente, o espaço imenso,
fotografias, quadros, móveis... Tudo
eu examino aos poucos, à miúdo,
depois, tristonha, nada digo ou penso.
Todo passado vívido condenso
na lágrima que rola sem, contudo,
livrar-me do vazio e me desnudo
do véu do tempo, tão pesado e denso.
Os risos de alegria, os sons de festa
e do violão sonoro ... Nada resta,
nada que me conforte, ou me compraza.
A morte deixou marcas pelo espaço,
apenas a saudade infinda abraço:
o lar perdeu sentido. Agora é casa.
Edir Pina de Barros