Ciclos (84)
Nem sei porque demoras! Mas te espero,
enquanto não me vens renascem flores
nos campos do cerrado, multicores,
viceja o meu amor imenso e vero.
Espero. E nada sinto - mágoas, dores –
porque te quero tanto e assim te quero,
de um modo tão sereno e tão sincero,
que seguirei contigo aonde fores.
O dia espera a noite ir-se embora,
o sol, a chuva intensa dia afora,
depois retorna, então, ao seu lugar.
O tempo também tem seus atributos,
amadurece os frutos, impolutos,
que os pássaros, famintos, vêm bicar.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)