Textos


Impasse

 

Tristeza que me vem na noite fria e escura,

com ares de candura e amena feito a brisa,

porém, à sua guisa, atroz, me coloniza,

no corpo se enraíza e, aos poucos me amargura.

 

Filha da dor, da agrura, o mal que em mim se amura,

carente de brandura, austera e tão precisa,

apenas sou poetiza, a que te romantiza,

que, em versos idealiza a tua formosura.

 

Eu sempre cantarei, e em teu louvor eu canto,

mesmo que caia o pranto, e minha vista embace,

a me encharcar a face, a me imolar, portanto.

 

Aqui no meu recanto, eu vivo nesse impasse,

pois nesse louco enlace, eu sempre, sim, me espanto

porque tu ficas tanto, embora o tempo passe.

 

Edir Pina de Barros, Flor do Cerrado

 

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Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/06/2025
Alterado em 19/06/2025
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