ALEGRIA
Não sei porque ela vem e logo em nós se aninha,
qual colibri que adeja e traz consigo o lume
da paz, do encantamento em tudo que resume
a essência da emoção, com vestes de rainha.
E chega de uma vez, de tudo se avizinha,
empresta a cada olhar o doce olor, perfume,
toda inocência e fé de um passarinho implume,
um frenesi sem par a percorrer a espinha.
Desfaz a mágoa, o pranto, a Caixa de Pandora,
amansa o coração no peito de quem chora
e a mais intensa dor se acaba ou se esvanece.
E chega sorrateira e nada pede em troca,
felicidade imensa o tempo todo evoca
e faz sorrir o triste, aquele que padece.
Edir Pina de Barros