Textos


Cinzas (alexandrino)

 

Recorda-te de mim quando, ao morrer do dia,

as rosas nos rosais ganharem tons de mágoa,

auripurpúreos tons... Eu, que no peito trago-a,

relembrarei de ti nos véus que ocaso fia.

 

Recordo-me de ti nas horas sem poesia,

em que sufoco a dor, no cerne d’alma esmago-a

e livre da tristeza e dessa imensa frágua,

volto a pensar em nós e tudo me extasia.

 

Recorda-te do amor, que outrora foi o brinde,

que a vida concedeu e trouxe a paz infinda,

a dádiva maior, a que ninguém prescinde.

 

Sem ti o pôr-do-sol se torna triste, cinza

pois todo e qualquer sonho, a nuvem cobre e blinda,

impõe-me a solidão e tudo, em mim, se acinza.

 

Edir Pina de Barros

 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 22/04/2025
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