Ciclos
O vento vai veloz e às vezes vocifera,
assusta o camponês que vive à beira-rio,
o passaredo cala e não se escuta um pio,
o medo, enfim, se impõe com força de pantera.
O vento vai veloz e o gado se aglomera
no espaço do curral, local de seu pousio,
e muge sem cessar, de um modo tão sandio,
parece até que viu o cão, a besta fera.
O vendaval se finda e vem a calmaria,
a mais amena brisa a tudo acaricia,
o céu se recompõe, se recompõe o espaço.
A vida é mesmo assim, também tem seus momentos,
alguns demais de bons e tantos mais cinzentos,
mas temos que aprender com tudo, pari passu.
Edir Pina de Barros