Mulher
Eu sou mulher! Meu corpo é templo e casa!
Entre os meus seios, quando te acarinho,
agitas todo o corpo sobre o linho,
se mais te afago, tudo em ti se abrasa.
A vida em mim transborda, se extravasa,
sou taça que desborda o próprio vinho...
Os meus limites? Nunca os adivinho,
mas meu desejo queima feito brasa.
No atávico prazer meu corpo berra
e vibra mais que guizos de serpentes
enquanto, sobre as rendas, me tateias.
Sou útero, sou ventre, sou mãe-terra!
Eu gero vidas. Nunca me violentes!
Eu não aceito cangas, freios, peias.
Edir Pina de Barros