Textos


Medo

 

"Ouve o grande silêncio destas horas!"*

Devastador! Insuportável fardo,

que ora carrego, enquanto me resguardo

da dor que ele me causa, sem melhoras.

 

Nessa abissal quietude tu te escoras,

enquanto as minhas mágoas urdo e cardo,

por te querer demais. Sem ti, ó, bardo,

serão tristonhas todas as auroras.

 

Pressinto o fim de tudo, sim, pressinto,

perdida nesse vasto labirinto,

morta de medo e trêmula prossigo.

 

Demais me custa ver o teu mutismo,

que me pergunto e, até confesso, cismo

que estás aqui, mas não estás comigo.

 

Edir Pina de Barros

 

(*) Primeiro verso é de autoria de Virginia Victorino, soneto Medo

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 25/02/2025
Alterado em 25/02/2025
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