Nostalgia
Andeja solitária, eu sigo em ermas sendas,
a derramar o pranto em forma de poesia,
a carregar no peito a dor que me excrucia,
sem esperar, também, que um dia tu me entendas;
caí, ó, nostalgia, entre teus véus e rendas,
nas fendas da tristeza e da melancolia
que marca meu viver e, aos poucos, me entedia,
trituras-me bem mais que os dentes das moendas.
Envolta no teu manto, eu sobrevivo a tudo,
abismos tão sem fim, porém em ti me escudo...
És fonte de estesia e tudo o que me inspira.
Mas tive um grande amor, que sempre vem, me invade
e pulsa em minha entranha em forma de saudade,
a musa que me alenta e tange a minha lira.
Edir Pina de Barros
(versão 2)