Pássaro
“Minha alma é como pássaro alígero
Que não suporta a dor de uma gaiola”
(Alegria, Eunice Peregrina Caldas, Minas Gerais, 1879 –1967)
Minha alma, sempre livre, além se vai faceira,
nos céus da poesia, alegre e só adeja
por entre os véus da brisa, amena e benfazeja,
inscreve sempre um verso, acaso o dom requeira.
É bem feliz se tem a liberdade inteira,
se encontra em vasto espaço a paz que tanto almeja
e voa em espiral igual uma narceja
nos pantanais sem fim do sonho sem fronteira.
É pássaro que voa e os píncaros alcança
sem se apegar a nada e, sem temer mudança,
revoa, plana e canta, enquanto a dor se evola.
Ela nasceu poeta e disso não se esquiva
jamais suportaria um dia ser cativa,
sem volitar, sonhar, detida na gaiola.
Edir Pina de Barros
Imagem Pixabay