*FINITUDE*
E quando nos vergéis se emurchecerem flores,
as rosas, os jasmins que juntos nós plantamos,
na palidez mortal, curvadas sobre os ramos,
sem vida, sem vigor por onde quer que fores.
E quando nos vergéis orquídeas multicores
perderem o esplendor, que unidos cultivamos,
há de morrer, também, aos poucos, sem reclamos,
aquele antigo amor repleno de candores.
Também fenecerá depois do grande estio,
porque se perderá no abismo do vazio
plantado em meu viver, regado por meus prantos.
E nada sobrará além de uma lembrança,
que a brisa há de trazer do tempo de bonança
que floresceu à luz de nossos sonhos tantos!
*Edir Pina de Barros*
Cadeira n. 6 – Cecilia Meireles
ABRASSO - Academia Brasileira de Sonetistas