Súplica
Volta outras vezes e denomina-me,
frêmito amado, volta outras vezes e domina-me...
quando a memória do corpo despertar,
quando ao sangue retornar o desejo de outrora
e os lábios e a pele lembrarem e as mãos...
(Volta, Konstantínos Kaváfis, Grécia, 1.863-1933)
Frêmito amado, volta, eu solicito,
quando se despertarem na lembrança,
na memória do corpo, que não cansa,
os desejos de outrora em louco rito.
E quando em minha tez sentir inscrito
o toque inolvidável e a pujança
do beijo abrasador, que me afiança
a vital força de um amor bendito.
Volta outras vezes, quando em noite alta
a recordar, nas luzes da ribalta,
revivo o ardente enleio, que me acena.
Volta! Faze fremir minha alma e carne,
faze com que meu ser inteiro encarne
o anseio de sentir-me viva e plena.