ALMA SERENA
Recordo meu passado, que me acena
com gestos de alegria e de ternura,
filhas do amor, que toda dor depura,
tornando-a bem mais frágil, mais amena.
E todo meu sentir se reordena,
liberto de barreiras, de censura,
ao reviver tal dom que em mim perdura
e ilumina minha alma tão serena.
De bem com tais memórias no presente,
livre de mágoas, algo que eu lamente,
carrego a paz, que a tudo regenera.
A força desse amor imorredouro
é o meu sustento e o meu maior tesouro,
em meu outono, a plena primavera.
Edir Pina de Barros