Canto de esperança
O sol há de nascer depois da noite vasta,
a iluminar o breu com raios de esperança,
a dissipar a dor, que nos maltrata e cansa,
tristeza e tudo o mais que a nossa paz vergasta.
O sol há de nascer da aurora em que se engasta,
a derramar em tudo a luz da temperança,
da força que há na fé, que o mal contrabalança
e que à descrença, enfim, coloca um fim, um basta.
O sol há de aquecer os corações descrentes
e transmudar, também, os sentimentos, mentes,
a cada amanhecer, na cíclica rotina.
E tudo passará – pois tudo sempre passa –
até o vinho bom se evola em fina taça
e a vida é um vir a ser que a luz solar germina.
Edir Pina de Barros