Textos


Súplica

 

Tu chegas devagar, suave e triste,
como quem nada sabe, nada anseia,
revolves, sem piedade, a densa teia
da história desse amor, que em mim persiste.

 

Por que te impões? Se tudo em mim resiste...
Cativas-me com cantos de sereia
das águas da memória que, em cadeia,
dissolvem minha mágoa com um chiste.

 

Instilas sedativos no meu sangue
e assim me deixas tão passiva e langue,
submissa à tua força e majestade.

 

Não vês que tu me matas lentamente
se trazes o pretérito ao presente?
Suplico que te vás, de mim, saudade.

 

Edir Pina de Barros

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 01/04/2024
Alterado em 01/04/2024
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