Flor da inocência
Onde andará o amor? Tu me perguntas
com inocência exposta no teu rosto...
E responder quisera, por suposto,
olhos nos olhos, nossas almas juntas.
E fico muda quando assim me assuntas,
porque colhi do amor voraz desgosto,
tornei-me um rio com o leito exposto,
tamanha a minha mágoa e dor conjuntas.
Enquanto sonhas sonhos de menina,
minha descrença cresce e me amofina
no tempo em que a saudade em mim avança.
Ao ver nos olhos teus demais candura,
meu desalento aumenta e me tortura
por ter perdido a luz dessa esperança.
EDIR PINA DE BARROS