ODE À VIDA
"Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma ideia vale uma vida
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança
Enquanto houver sol
Enquanto houver sol..."
(Enquanto houver sol, Titãs)
Enquanto houver o sol, que a vida regenera,
Renascerão, também, as flores na campina,
Na mata, pantanal, em tudo que ilumina,
A transmudar o outono em plena primavera.
Enquanto houver o sol, a luz que em tudo impera,
Ao penetrar o breu e a treva, que domina,
Os olhos de quem vê – o fundo da retina –
E a lancinante dor, com garras de pantera.
Enquanto houver o sol, germinarão, por certo,
Sementes de ilusão, de sonhos, de esperança,
No calcinado chão, no oásis e deserto
Elevarei a Deus, as minhas mãos em prece,
Por tanta graça, enfim, que sobre tudo lança,
A dádiva solar, que o ciclo fia e tece.
Edir Pina de Barros