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“Eu sem você sou só desamor
Um barco sem mar, um campo sem flor
Tristeza que vai, tristeza que vem
Sem você meu amor eu não sou ninguém...”
(Samba em prelúdio, Vinícius de Moraes)
Se não me vens a vida em mim se abruma,
Mergulha em tenebroso e infindo abismo,
Aflita te procuro e logo cismo
Que não te encontrarei em parte alguma.
Sem ti qualquer lembrança se avoluma,
Explode em meu agônico mutismo,
Silente, em meu sofrer me embrenho e abismo
Na busca de acalanto, amor, em suma.
Sem ti me torno sombra que se arrasta
Em tal tristeza tão imensa e vasta
que aos poucos me transformo em noite fria.
Sem ti percebo tão vazio o mundo...
Sou nau sem rumo certo e logo afundo
No pélago da dor e da agonia.
Edir Pina de Barros