Ode à Cecília Meireles
Da dor desentranhou o tom da escrita
Marcado pela ausência tão presente
De tudo que perdeu precocemente...
A solidão, que em cada verso grita.
A morte, a grande fonte de desdita,
Na essência do pensar plantou semente
Do efêmero na vida – um sol poente
Que ao derredor de todo ser gravita.
Buscou no espelho a sua própria face,
De si perdida, enfim, no desenlace
Do tempo que passou - suave brisa.
Não é fugaz, porém, seu terno canto
Que em todo canto ecoa e que, portanto,
Estruge aqui e ali... E se eterniza.
Edir Pina de Barros
ACADEMIA BRASILEIRA DE SONETISTAS - ABRASSO
Cadeira n. 6 - Cecília Meireles