Textos


Ave de rapina

 

Saudade! Eterno pássaro altaneiro
que os píncaros da mágoa sobrevoa,
a provocar tristezas na pessoa
que só amor plantou no seu canteiro.

 

E plana sobre o sonho derradeiro
que aos poucos se desfaz e se esboroa,
no peito a dor transforma-se em lagoa
sem pescador, sem barco, sem barqueiro.

 

Potentes garras, ave de rapina, 
astuta, sorrateira e que domina
o ser inofensivo e terno amante.

 

Por que tu bates sempre em minha porta?
Não vês que nada mais meu ser suporta?
E ainda me vens e pedes que eu te cante...

 

 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/04/2023
Alterado em 23/01/2024
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