Ave de rapina
Saudade! Eterno pássaro altaneiro
que os píncaros da mágoa sobrevoa,
a provocar tristezas na pessoa
que só amor plantou no seu canteiro.
E plana sobre o sonho derradeiro
que aos poucos se desfaz e se esboroa,
no peito a dor transforma-se em lagoa
sem pescador, sem barco, sem barqueiro.
Potentes garras, ave de rapina,
astuta, sorrateira e que domina
o ser inofensivo e terno amante.
Por que tu bates sempre em minha porta?
Não vês que nada mais meu ser suporta?
E ainda me vens e pedes que eu te cante...