Textos


Saudade

 

“Nada há que me domine e que me vença”,

Sou filha do querer infindo e forte,

Que sobrevive além, depois da morte,

Da mágoa, do desdém, da desavença.

 

E não dependo, não, de credo ou crença,

de verso que me cante ou que me exorte,

pois nada muda minha força e sorte,

carrego a eternidade em mim apensa.

 

Enquanto o tempo passa eu cresço, viço,

Aumenta meu poder, também feitiço

E adenso nas ausências prolongadas.

 

Eu sou presença ausente do passado,

Das horas divididas, lado a lado,

“e de outras mais serenas madrugadas!”

 

Edir Pina de Barros

 

 

Os versos 1 e 14 são de autoria de Cruz e Souza, soneto Inefável.

Escrito para trilha do Fórum do Soneto

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 04/03/2023
Alterado em 04/03/2023
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