LAMENTO
Amar-te foi o meu melhor presente
A dádiva maior na minha história,
Seguia, outrora, triste, merencória
Sem horizontes, nada à minha frente.
Agora que de mim estás ausente,
E eu presa à vida breve, transitória,
Trago-te, sempre, vivo na memória
E sigo só, em meio a tanta gente.
Transmudo o meu penar em versos tantos,
a traduzir a força dos encantos
Do teu olhar, a luz que não se apaga.
A versejar eu vivo e assim caminho,
Perdida em meus lençóis de puro linho,
Nas rendas da saudade, a minha saga.
Edir Pina de Barros