Textos


Andeja solitária

 

“Hoje que a mágoa me apunhala o seio”,

e vago mundo afora a te buscar

nos vãos das noites frias, sem luar,

levando, de tristeza, o peito cheio...

 

Hoje que a mágoa assim fincou esteio

no chão de meu viver, no meu olhar,

nublando toda a minha luz solar,

a dor que me esviscera não receio.

 

Diversamente canto tal desgosto,

versejo-o, sem cessar, de agosto a agosto,

e a poesia em mim se consolida.

 

A te caçar em cada canto e esquina,

bendigo o imenso amor que me alucina,

“mas que no entanto me alimenta a vida”.

 

Edir Pina de Barros

 

 

Composto para a TRILHA  XCIII, DO FÓRUM DO SONETO.  O versos 1 e 14 São de Autoria DE AUGUSTO DOS ANJOS, soneto SAUDADE.

 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/02/2023
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