Andeja solitária
“Hoje que a mágoa me apunhala o seio”,
e vago mundo afora a te buscar
nos vãos das noites frias, sem luar,
levando, de tristeza, o peito cheio...
Hoje que a mágoa assim fincou esteio
no chão de meu viver, no meu olhar,
nublando toda a minha luz solar,
a dor que me esviscera não receio.
Diversamente canto tal desgosto,
versejo-o, sem cessar, de agosto a agosto,
e a poesia em mim se consolida.
A te caçar em cada canto e esquina,
bendigo o imenso amor que me alucina,
“mas que no entanto me alimenta a vida”.
Edir Pina de Barros
Composto para a TRILHA XCIII, DO FÓRUM DO SONETO. O versos 1 e 14 São de Autoria DE AUGUSTO DOS ANJOS, soneto SAUDADE.