O poeta
Poeta morre um pouco todo dia,
Sua alma escapa sempre em cada verso,
Em cada sentimento tão diverso,
Na dor que o movimenta e que o excrucia.
E vive sem viver e à revelia
Exalta a vida em tempo tão adverso,
Mergulha nos porões do metaverso
A propagar no espaço a poesia.
Sucumbe a cada instante e ressuscita,
Renasce em cada linha bem escrita
E morre sem morrer a cada instante.
Caminha sobre o fio da navalha
Enquanto versos pelo mundo espalha
Embora o encanto, em si, o desencante.
Edir Pina de Barros