Beijos
Hay besos que pronuncian por sí solos
la sentencia de amor condenatoria,
hay besos que se dan con la mirada
hay besos que se dan con la memoria...
(Besos, Gabriela Mistral, chilena, 1889-1957.
Primeira escritora latino-americana
a receber o Prêmio Nobel de Literatura,
em 1945)
Em cada boca um beijo que palpita,
Lascivo ou puro, cheio de ternura,
Alguns carnais, repletos de loucura,
Alguns amargos, dados à compita.
Gelados outros, duros como a brita
Que causam tal penar que não se cura...
Em outros lábios sempre alguém procura
O grande amor que dentro o peito habita.
Existem tantos beijos nos olhares
Que escapam e se evolam pelos ares,
Os tímidos, magoados, compungidos.
Porém nenhum se iguala ao que lateja
Em minha boca - pálida cereja –
que nunca te cedi nos tempos idos.
Edir Pina de Barros