Teu corpo
Teu corpo de terra e água
Onde a quilha do meu barco
Onde a relha do arado
Abrem rotas e caminho.
(Teu corpo de terra e água, José Saramago)
Teu corpo de água e terra fértil e extensa
Na qual meus lábios plantam poesia,
O meu olhar explora e acaricia,
A abrir as novas rotas da querença.
Teu ventre, muito mais do que se pensa,
Esconde algum vulcão que explodiria
Em lavas de desejo e fantasia
Ao toque meu, ousado e sem detença.
E a tua boca, um sol a céu aberto,
Ardente, a acalorar o meu deserto,
Com beijos mornos, trêfegos em mim.
O mundo não seria o mesmo, nunca,
Na falta desse amor de garra adunca,
das tuas mãos e toques de cetim.
Edir Pina de Barros