Agonia
Somente tu não vês o meu penar
e passas sem me olhar, indiferente,
enquanto o vento fala a toda gente
que sofro tanto apenas por te amar.
As pedras, que tu vives a pisar,
também soluçam minha dor silente.
Quisera te esquecer, tirar da mente
sentir-me livre, livre como o mar.
Aconselhar-me tenta o sol radiante,
a me dizer: –Esquece, segue adiante,
que teu destino é ser feliz demais.
Sorri a boca desta noite escura
a desdenhar a minha mágoa, agrura,
enquanto, só, padeço mais e mais.
Edir Pina de Barros