EFEMERIDADE
Porque no transitório habita o eterno
Que nos escapa, sempre, por receio
De tudo que é fugaz, ao tempo alheio,
Poder portar, em si, o céu e o inferno.
O ser humano é servo, um subalterno,
Do medo do precário – penso e creio –
E busca imaginar, de empáfia cheio,
Que seja um semideus, um sempiterno.
A eternidade é feita de momentos
Alguns demais azuis, outros cinzentos,
Conforme cada fase em transição.
A vida é breve, etérea e leve brisa
Que tange a rosa, a beija e se eterniza
Porque se vai, mas sem passar em vão.
Brasília, 29 de Novembro de 2.021