Confissões
Jamais amei alguém perdidamente,
Que fosse, no deserto, o meu oásis,
Na mocidade, agora, em outras fases,
Ou me perdi, tal qual a tanta gente.
O amor não nasce, nunca, de repente,
É dom que se mantém em firmes bases,
Senão se esgarça mais que frágeis gases,
transmuda logo o afeto que se sente.
Paixão, confesso, um dia arrebatou-me,
Pensei morar na Antártida ou Moscou...
Pasárgada? Também, decerto iria.
Exige, o amor, raízes mais concretas,
Além de etéreos sonhos de poetas,
Dos versos que te fiz, da poesia.
Edir Pina de Barros