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LOUVOR ÀS ÁGUAS

 

Bendita seja a chuva a reciclar o espaço,
e tudo que o crestou... O fogaréu bravio
secou o pantanal - corixo, lago, rio -
matou os animais, a flora, pari passu.

 

Na tez de quem amou, mas se rompeu o laço,
no mapa do penar, profundo e tão sombrio, 
bendito seja o pranto, em meio à dor do estio,
que tira o véu do olhar momentos antes baço. 

 

Bendito o sêmen, sim, também transpiração 
que escapa em cada poro, os líquidos vitais,
sementes do devir, de paz reconfortante.  

 

Louvemos, com fervor, as águas que nos dão
o dom de transmudar as nossas mágoas, sais,
em fontes de esperança, a murmurar: avante!  

 

Edir Pina de Barros
 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 30/10/2021
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