Iconoclasta
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
(Vandalismo, Augusto dos Anjos)
Rompi com tudo que me foi sagrado,
princípios caros, mitos, tradição,
e tudo que já cri na vida, em vão,
fontes de meus penares, meu enfado;
estilhacei quimeras, ilusão,
deixei o meu passado no passado,
rompi com meus primados, de bom grado,
e a tudo que sonhei eu disse não.
A vida me tornou iconoclasta
de tanto andar pisando as minhas mágoas,
sonhando sonhos mil, dos mais dourados.
Meus sonhos hoje estão amortalhados,
e já não verto mais as minhas águas:
matei em mim a dor que me vergasta.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/08/2021
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