Rasga meus versos!
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei - ... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
(Já Bocage não sou!... À cova escura, Bocage)
Rasga meus versos, crê na eternidade!
De nada valem, cheios de utopia.
Vazios de certezas, de estesia,
Repletos, sim, de mágoas, de saudade.
E rasga sem pensar e sem piedade,
Porque esse gesto para mim seria
tirar das alvas rendas da poesia
A nódoa que causei – profanidade.
Seria um ato nobre e solidário
Tirá-los, sim, do campo literário,
De forma bem serena e silenciosa
Pois cada verso que escrevi, por certo,
De tudo que é mais belo está deserto,
É jaça dentro a pedra preciosa.
Edir Pina de Barros
Academia Brasileira de Sonetistas - ABRASSO
Cadeira n. 6 – Cecília Meireles
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/07/2021
Alterado em 10/08/2021