Soneto à fraternidade
No céu purpurino a tanger o infinito
a tarde, que lenta, desmaia sozinha,
transmite uma dor, que no peito se aninha,
da morte a cumprir, em silêncio, o seu rito.
O agônico sol, de esplendor irrestrito,
aos poucos se esvai e do fim se avizinha,
sem rogo, uma prece, oração, ladainha,
ou verso riscado nalgum manuscrito.
No ocaso da vida fenecem crianças
e idosos famintos de amor, de esperanças,
de gestos humanos, calor de algum lar.
Sejamos fraternos – o amor, de verdade,
revolve montanhas, soergue igualdade,
com força maior do que as vagas do mar.
Edir Pina de Barros
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 14/01/2021