Relicário
Edir Pina de Barros
Há véus em teu olhar que nada diz/expressa
Na noite desse amor que se desfez/ no nada,
Porém deixou sinais em minha tez/ cansada
Do tempo que passou e fui feliz/à beça.
Não tenho o que alegar – nem me condiz -/ ter pressa
Falar do que se foi, da candidez/passada
Em meio ao teu silêncio, essa mudez/velada
Que assim me deixa mal, sem diretriz,/ promessa.
Também o que dizer? A vida é assim,/refece
E tudo em si se esvai, e chega ao fim,/fenece,
A morte de um amor é o seu fadário./certo
Não há como salvar um grande amor/antigo
Porém o levarei por onde eu for/comigo,
Dentro do coração, um relicário/ aberto.
Exercício proposto no FÓRUM DO SONETO
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 06/06/2020
Alterado em 06/06/2020
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