Enlutada
Edir Pina de Barros
Eu sinto falta, mãe, do seu amor,
e andejo triste, embora ainda cante,
em cada canto vejo o seu semblante,
silente, como um santo em seu andor.
Do seu retrato emana paz, candor,
do seu olhar, outrora tão brilhante,
o desmedido amor, a fé constante,
que nada e que ninguém há de transpor.
O meu viver agora é tão sombrio,
carente de carinho, amor, ternura,
que o seu retrato, em pranto, acaricio.
Como viver na noite sem brancura?
Eu mesma me pergunto, desafio,
a ruminar a dor que não se cura.
Academia Brasileira de Sonetistas - ABRASSO
Cadeira n° 6
Patrona – Cecília Meireles
Atividade – Batalha de rimas em soneto
Tela: George Owen Wynne Apperley - La enlutada
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 03/05/2020
Alterado em 03/05/2020