Textos


Cantemos, ó, poetas
Edir Pina de Barros

Que seja o amor o lema que garanta
em meio a tal barbárie, o tom da escrita
que anule todo  ódio e não se omita
perante a dor do Outro, vária, tanta.
 
Que não se cale o grito na garganta
daquele que tem fome e a rua habita,
da mãe,  ao ver o filho morto e aflita
blasfema quem se cala ou não se espanta.
 
No breu dos tempos ásperos, adversos,
risquemos, ó, poetas, novos versos
que louvem sempre a luz da Primavera.
 
Que seja o amor o gume do punhal
que estirpe a ira e o ódio tão brutal
que a tanta gente abate, desviscera.

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 25/04/2020
Alterado em 28/04/2020
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