Textos


Promessa
Edir Pina de Barros

Se agora me desdenhas sofro tanto,
padeço muito mais, ainda, quando
tu finges não me ver, mesmo me olhando,
e segues teu caminho. E eu me espanto
 
pois tua dor beijei, bebi teu pranto,
sangrei teu sangue, em tempo tão nefando,
e nos teus rastos – sobre os quais eu ando –
demais ficou de mim, do amor que canto.
 
Desvias teu olhar, se acaso fito
os olhos teus, mais frios que granito,
tamanho o teu desdém, indiferença.
 
Um dia voltarás, bem descomposto,
apenas te olharei, sem ver teu rosto
e não terás a minha benquerença.
 
Brasília, 17 de Novembro de 2016.

Caixa de Pandora, pg. 38
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/11/2016
Alterado em 27/08/2020
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