Textos


Como calar a voz que não se cala?
Edir Pina de Barros
 
Como calar a voz que não se cala,
que escapa pela goela da memória,
e traz à tona, sempre, a luz da história
que não se enterra, não, em qualquer vala.
 
Há quem jamais se entrega ou se avassala
e clama por justiça e por vitória,
e não por solução que é provisória,
que nunca muda o tom, nem mesmo a escala.
 
Quanta injustiça a nossa pátria encobre,
retira o pão de gente muito pobre,
que nunca tem trabalho, a paz bendita.
 
Jamais se calará a voz que grita
- não por retaliação, que traz desdita–
mas por reparação, que é causa nobre.
 
Brasília, 12 de Agosto de 2.016.

Caixa de Pandora, pg. 73
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/08/2016
Alterado em 27/08/2020
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Comentários
Ariadne Cavalcante
Verdade, amiga, quantas vozes que clamam por justiça, por reparação de tanta exploração sofrida ao longo da história, nada mais justo! Não querem tomar nada de ninguém, querem apenas o que lhes é de direito e foi tomado à força e com violência! Muito triste a desigualdade no mundo e, sobretudo em nosso país! Lindo o soneto e o gesto de dar voz a essas minorias! Parabéns! Beijos!