Deixem-me cantar
Edir Pina de Barros
Ninguém entende, não, porque versejo,
ou saberá se sou feliz ou não,
e, muito menos, qual é a razão
do meu choramingar, tão malfazejo.
O coração – um quarto de despejo –
contém segredos, lá, no seu porão,
pensar em decifrá-los, é ilusão,
até porque não quero, não desejo.
E não me importa, o próprio sentimento,
compreendê-lo, eu mesma, já nem tento
e não suporto, não, falar de mim.
Ah! Deixem-me cantar! Eu canto a vida,
a paz, quimera, a dor da despedida
do amor que se apequena, chega ao fim.
Brasília, 02 de Julho de 2016.
Lira insana, página 18 - 2016
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/07/2016
Alterado em 01/09/2020
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