Textos


Até as pedras (2)
Edir Pina de Barros


Eu ando por aí, de dor em dor,
a tropeçar nas pedras do caminho,
à busca de um abrigo, um morno ninho,
que nunca encontrarei, por onde eu for.
 
Até os rochedos ouvem meu plangor,
e as rosas sabem, sim, que tenho espinho
cravado dentro o peito. E me avizinho
do fim de tudo, sem qualquer pudor.
 
Até os pedrouços sabem por quem choro
o pranto que me escapa em cada poro,
no meu viver, sem ti, andando ao léu.
 
As pedras todas sabem. Mas tu passas
indiferente a mim, minhas desgraças,
olhando a lua e estrelas lá do céu.
 
Brasília, 12 de Junho de 2016.
Lira insana, 2016: 72
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/06/2016
Alterado em 05/09/2020
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